Com o início da Primavera normalmente verifica-se um aumento de sintomas relacionados com as alergias respiratórias nomeadamente Rinite Alérgica (obstrução nasal, espirros, prurido nasal, secreções aquosas) e Asma (crises de falta de ar, tosse, e “pieira” no peito) podendo também associar-se a conjuntivite alérgica (lacrimejo e prurido nos olhos).
Nesta altura do ano existem condições particulares que estimulam as plantas a libertar para a atmosfera uma grande quantidade e variedade de pólenes que podem ser arrastados pelos ventos a grandes distâncias. Da vasta panóplia de pólenes, existem alguns que são considerados mais responsáveis pelas alergias respiratórias: Gramíneas, Parietária, Pinheiro e Plátano.
Segundo o Boletim Polínico da Rede Portuguesa de Aerobiologia da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC), no Porto (região de Entre Douro e Minho), os pólenes encontram-se em níveis muito elevados, com predomínio dos pólenes das árvores carvalhos, pinheiro, plátano e cipreste e da erva urtiga.
De referir, contudo, que não devemos esquecer os ácaros (animais microscópicos que vivem no pó das nossas casas) e que são a principal causa de alergias do aparelho respiratório, mantendo-se a sua agressão ao longo de todo o ano, com especial incidência no Outono e no Inverno.
Para o diagnóstico das alergias respiratórias devemos realizar testes de sensibilidade cutânea por picada.
Testes de Sensibilidade Cutânea
São usados para confirmar uma sensibilização a determinado alergénio, sendo a principal ferramenta de diagnóstico para determinar as alergias do doente.
A pesquisa de sensibilidade pode ser feita através da realização de testes cutâneos por picada (prick) usando extratos de alergénios inalantes ambientais (aeroalergéneos).
Estes testes são simples, pouco invasivos e rápidos de executar (os resultados estão disponíveis em 15min), têm boa reprodutibilidade, um baixo custo e elevada sensibilidade, permitindo diagnosticar com elevada segurança e fiabilidade as alergias de um doente.
Recomendações e medidas preventivas
– Evite algumas atividades ao ar livre nos dias em que estas concentrações são mais elevadas, como por exemplo, passeio nos jardins e espaços verdes, cortar relva, campismo;
– Use óculos escuros, principalmente se tiver conjuntivite alérgica;
– Mantenha as janelas fechadas de casa nos dias de maior concentração polínica, e quando viajar de carro feche as janelas;
– Programe as suas férias de modo a evitar os locais com maior concentração dos pólenes a que é alérgico.
– Os sintomas da alergia são combatidos mais eficazmente com medicação adequada e específica receitada pelo seu médico especialista, que pode passar pela medicação com vacinas anti-alérgicas (Imunoterapia Especifica).
Imunoterapia Especifica na Asma e Rinite alérgica
Consiste na administração gradual de quantidades crescentes de alergénios para os quais o doente se encontra sensibilizado, alcançando uma dose eficaz na melhoria dos sintomas associados á exposição subsequente do alergénio causador.
A imunoterapia específica exerce o seu efeito ao nível da imunidade celular, induzindo um estado de tolerância imunológica que é mantida a longo prazo.
Permite modular a resposta imune aos alergénios administrados, diminuir os sintomas e a progressão da doença alérgica, impedir o desenvolvimento de novas sensibilizações, prevenir o desenvolvimento de asma em doentes com rinite alérgica, constituindo assim comprovadamente a única terapêutica que altera a história natural da doença alérgica;
A imunoterapia está indicada em doentes com Rinite/conjuntivite alérgica, Asma alérgica, Hipersensibilidade a picadas de Hymenoptera e Dermatite atópica.