Dia Mundial da Pneumonia

A Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) é uma doença comum, que se caracteriza por sintomas respiratórios constantes e uma limitação persistente do fluxo respiratório, habitualmente progressiva e associada a uma resposta inflamatória crónica das vias aéreas e pulmonares a gases ou partículas nocivas.

Os dois principais objetivos na terapêutica da DPOC relacionam-se com a redução da sintomatologia, através do alívio das queixas e da melhoria do estado global de saúde, e redução do número e a gravidade das exacerbações e a mortalidade associada.

Epidemiologia

No Mundo existem cerca de 210 milhões de pessoas com DPOC sendo por isso uma causa importante de mortalidade e morbilidade. Em Portugal estima-se que a sua prevalência ronde os 14,2% (800 mil doentes).

Fisiopatologia  

A DPOC caracteriza-se por uma limitação ao fluxo aéreo, que do ponto de vista fisiopatológico se justifica pela exposição prolongada ao fumo do tabaco, a outras partículas nocivas e gases que induzem uma resposta inflamatória broncopulmonar Nas vias aéreas de maior calibre, essa resposta é caracterizada pela produção de muco e fibrose que condicionam um aumento da sua resistência. Nas pequenas vias aéreas e parênquima pulmonar ocorre destruição das paredes alveolares (enfisema) com perda da capacidade de retração elástica pulmonar. Portanto o aumento da resistência e a perda de retração pulmonar tem como consequência a limitação ao fluxo aéreo.

Diagnóstico 

Diagnóstico baseia-se na presenta de 3 características essenciais:

1 – Sintomas respiratórios característicos: dispneia, tosse Crónica, expetoração

2 – Exposição a fatores de risco: tabaco, exposição ocupacional ou ambiental

3 – Espirometria que documente a limitação ao fluxo aéreo que caracteriza a doença.

A espirometria é fundamental para o diagnóstico mas também para avaliar a gravidade da obstrução e monitorizar a evolução da doença.

Diagnóstico Diferencial

– Asma

– Insuficiência Cardíaca Congestiva

– Bronquiectasias

– Tuberculose

– Bronquiolite obliterativa

– Panbronquiolite difusa

Tratamento  

O objetivo do tratamento consiste no alívio dos sintomas, melhoria da qualidade de vida, prevenção de exacerbações futuras e redução da mortalidade. As diretrizes atuais recomendam a individualização da gestão de cada doente com base nas suas características clinicas.

Estratégias farmacologias:

Os broncodilatadores possuem um papel central no tratamento da DPOC. Os corticoides inalados tem um papel limitado restringindo-se fundamentalmente aos exacerbadores frequentes.

Estratégias não farmacologias:

– Reabilitação respiratória

– Oxigenoterapia

– Ventilação Mecânica não Invasiva Domiciliária

– Tratamento da Apneia do Sono.

Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) e Inflamação Sistémica

Ao longo dos últimos anos, a compreensão da DPOC tem evoluído e já não se justifica considerar a DPOC como uma doença restrita aos pulmões.  A DPOC é atualmente considerada como uma doença complexa com vários componentes, com muitos doentes a faleceram por doenças cardiovascular e cancro e não diretamente pela doença respiratória primária.

As comorbidades extrapulmonares dificultam significativamente a orientação e influenciam o prognóstico dos doentes com DPOC.

As principais manifestações extrapulmonares da DPOC incluem:

– Doença cardiovasculares: doença cardíaca isquémica, HTA, insuficiência cardíaca e HTPulmonar

– Doenças metabólicas: osteoporose, fraqueza músculo-esquelética, caquexia (perda de peso e fraqueza muscular), diabetes, síndrome metabólica

– Outras doenças comórbidas: depressão, SAOS, doença renal crónica, anemia normocítica.

Há cada vez mais evidências de que a inflamação crónica constitui o fator chave na DPOC e está presente em muitos outras doenças crónicas associadas à DPOC.

As comorbilidades e efeitos sistémicos em doentes com DPOC não só têm valor prognóstico, mas também têm implicações para o tratamento médico que deve também focar as comorbilidades que são mais fáceis de prevenir e tratar do que a própria DPOC.

O diagnóstico de DPOC pode ser facilmente realizado por espirometria, mas a gravidade da doença é claramente dependente da presença de comorbilidades.

Por isso, tem sido proposto que qualquer doente com idade >40 anos, com história tabágica >10 UMA, sintomas e função pulmonar compatível com DPOC deve ser cuidadosamente avaliado na pesquisa de outras doenças associadas ao síndrome inflamatório sistêmico crónico.

Componentes do SÍNDROME INFLAMATÓRIA SISTÉMICO CRÓNICO

(Pelo menos 3 componentes são necessários para o diagnóstico).

– Idade >40 anos

– História tabágica >10 UMA

– Sintomas e função pulmonar compatível com DPOC

– Insuficiência cardíaca crônica

– Síndrome metabólica

– Aumento da PCR

IMPLICAÇÕES TERAPÊUTICAS

O tratamento da DPOC não deve centrar-se exclusivamente no controlo dos sintomas e na redução das exacerbações. O tratamento das manifestações extra-pulmonares (por exemplo, fraqueza muscular) e comorbilidades (por exemplo doença arterial cardíaca e periférica) influencia positivamente a morbilidade e mortalidade em doentes com DPOC.

Assumindo que a inflamação sistémica é um fator-chave na DPOC e noutras doenças crónicas, a reabilitação respiratória aborda importantes componentes extrapulmonares que não são alvo de qualquer tratamento farmacológico, o que pode ser a razão da sua eficácia.

Intervenções no estilo de vida em geral, e mais especificamente a reabilitação respiratória, são componentes essenciais em qualquer doente com DPOC.

A educação apropriada sobre a doença em si, o seu curso natural e as opções de tratamento, bem como o apoio psicossocial, incluindo a cessação tabágica e intervenções nutricionais, são parte do sucesso do programa de reabilitação.

CONCLUSÕES

As doenças crónicas, incluindo a DPOC, partilham aspetos comuns, e a inflamação sistêmica crónica parece ser um dos elementos de conexão.  Os efeitos extrapulmonares da DPOC não só influenciam o prognóstico, mas também têm impacto sobre a gestão da doença. O tratamento de pacientes com DPOC poderá tornar-se verdadeiramente multidisciplinar passando da atual terapêutica pulmonar específica para uma abordagem holística.

Por isso se tem sintomas respiratórios como tosse, pieira, falta de ar e cansaço marque a sua consulta para rastreio de DPOC

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